Boletos falsificados imitam os bancários legítimos, mas ao invés do valor ser depositado na conta da vítima, é revertido para a conta dos golpistas (Foto: PC) |
Por Kattia Barreto - Agência Cora Coralina
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos, com apoio da Polícia Civil do Pará, deflagrou, nesta terça-feira (25), a Operação Pé de Coelho em Goiânia, Senador Canedo, Guapó, Belém/Pará, Ananindeua/Pará e na região do Distrito Federal.
Foram cumpridas 26 decisões judiciais que resultaram na prisão preventiva de 12 investigados e uma apreensão de arma de fogo pela prática dos crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Condutas tipificadas nos artigos 171, §2º-A c.c. o artigo 288, ambos do Código Penal c.c o Art. 1 da Lei nº 9.613/1998, que resultaram em um prejuízo de R$ 100 mil à vítima. Três pessoas estão foragidas.
Operação Pé de Coelho
Os criminosos, para obtenção da quantia ilícita, aplicaram o “golpe do boleto reverso” que tem como objetivo enganar as vítimas e fazê-las realizar pagamentos para contas controladas por eles. No golpe, boletos falsificados imitam boletos bancários legítimos, mas ao invés do valor ser depositado na conta da vítima, é revertido para a conta dos golpistas.
Os criminosos envolvidos utilizaram não só a fraude material do boleto, alterando o código de barras, mas também técnicas de engenharia social, como a impersonificação, se passando pela dona da lotérica e por um cliente, prometendo benefícios após a execução de ações específicas.
Foram realizadas 50 transações via PEC, totalizando R$ 100 mil para 10 contas beneficiárias diferentes. Os golpistas enviavam comprovantes de pagamentos falsos, simulando ser a dona da lotérica, para dar aparência de legitimidade às transações.
A estrutura da associação criminosa envolvida se divide em aplicadores, intermediários e beneficiários propriamente ditos, demonstrando um alto nível de profissionalismo na organização do golpe. Se condenados, os envolvidos podem enfrentar uma pena de até 21 anos de reclusão.