Campanha internacional Novembro Roxo chama a atenção da população para os problemas da
prematuridade
Em 2022, houve 292.715 nascimentos prematuros,
no Brasil, segundo o Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos do DataSUS. No
mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 13,4 milhões de bebês
nasceram prematuros, em 2020, o que significa que 1 em cada 10 bebês nasceu
muito cedo. Ainda conforme a OMS, cerca de 1 milhão de mortes neonatais
ocorreram, no mundo, em 2021, em decorrência de complicações do parto
prematuro.
A prematuridade é definida como o nascimento antes de 37
semanas de gravidez. Já prematuros
extremos são aqueles bebês que nascem com idade gestacional menor que 28
semanas.
Com a finalidade de sensibilizar a
população para esse problema, tendo
em vista que a prematuridade é a principal causa global de mortalidade infantil
antes dos 5 anos de idade, foi criada a campanha internacional Novembro Roxo.
A médica Mírian Barreto,
intensivista neonatal e pediátrica do hospital Anchieta, chama a atenção para a
importância do atendimento assistencial de qualidade a esse grupo de bebês.
“Conforme relatório produzido
pela OMS e pelo Fundo das Nações Unidas (Unicef), divulgado em maio deste ano,
9 em cada 10 bebês prematuros extremos sobrevive em países de alta renda,
enquanto apenas 1 em cada 10 prematuros extremos sobrevive em países de baixa
renda”, cita a médica.
Os cuidados exigidos por um
bebê prematuro variam de acordo com a idade gestacional, o peso de nascimento e
situações clínicas resultantes de complicações na gestação ou no parto, a
exemplo de processos infecciosos, sofrimento fetal, tocotraumatismo, asfixia e
outros.
“Quanto menor a idade
gestacional e o peso de nascimento, maior será a imaturidade dos órgãos, a
vulnerabilidade e o risco de mortalidade”, afirma a intensivista neonatal.
Causas da prematuridade
Segundo a dra. Mírian Barreto,
as causas dos nascimentos prematuros podem estar relacionadas às condições de
saúde e aos hábitos de vida da gestante, como a idade precoce ou avançada, a
hipertensão arterial, o diabetes e as infecções, como toxoplasmose, sífilis,
infecções urinárias. Nesse aspecto, a médica também destaca os efeitos nocivos
do consumo de álcool e de drogas ilícitas e o tabagismo.
“Os partos prematuros podem
ocorrer também devido à ruptura prematura de membranas amnióticas, ao
descolamento da placenta, às malformações e aos tumores uterinos”, informa.
Outras causas destacadas pela
especialista são as complicações relacionadas ao bebê intrauterino, como as
malformações, as síndromes e as infecções congênitas, adquiridas no útero.
Prevenção
Nem todos os partos prematuros
podem ser evitados, de acordo com a dra. Mírian Barreto. Ela explica que o
nascimento prematuro resulta de múltiplos fatores, que atuam no decorrer da
gestação, a partir de condições de risco pré-concepcionais – que são referentes
às condições de saúde da mulher, antes de engravidar –, e de riscos
gestacionais.
Mas há prevenção para muitos casos, e a dra. Mírian Barreto cita como aspectos importantes:
- acompanhamento por médico obstetra e por outros especialistas que podem vir a ser necessários, como cardiologista, nefrologista, neurologista, nutricionista e nutrólogo;
- realização de exames laboratoriais e de imagem indispensáveis durante a gestação;
- cuidados com a alimentação da gestante, adoção de hábitos saudáveis e de prevenção de infecções;
- controle de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial e cardiopatias; e prevenção de suas complicações;
- diagnóstico e tratamento precoce de afecções agudas relacionadas ao útero, à placenta e ao aparelho genital e urinário.
Assistência aos recém-nascidos
A assistência ao recém-nascido
prematuro inclui dois grupos principais de cuidados: práticas clínicas
integradas no parto e no nascimento e práticas clínicas no período neonatal
Em relação às práticas no
parto e no nascimento, a dra. Mírian Barreto destaca a necessidade de haver equipes
definidas e capacitadas, com obstetra, anestesista, neonatologista, enfermeira,
fisioterapeuta; acolhimento da gestante e presença de acompanhante; uso de
medicações, na gestante, com objetivos de neuroproteção fetal, favorecimento da
maturidade pulmonar do bebê e prevenção de infecção por rotura prematura da
bolsa amniótica; reanimação cardiopulmonar, estabilização e transporte seguro
do bebê prematuro da sala de parto para a UTI neonatal; e prevenção e
tratamento da hipotermia do prematuro.
Quanto às práticas clínicas no
período neonatal, a médica destaca a elaboração de plano de cuidados
individualizado, abrangendo suporte nutricional; assistência ventilatória;
prevenção e tratamento de infecções; e prevenção e diagnóstico precoce de
doenças, como retinopatia da prematuridade, displasia broncopulmonar,
osteopenia e hemorragia cerebral da prematuridade.
Além disso, a intensivista
neonatal do hospital Anchieta recomenda o uso do leite humano assim que
possível, a utilização do Método Canguru e o acesso irrestrito da mãe e do pai
ao bebê na UTI neonatal.
Sobre a Kora Saúde
Um dos maiores grupos
hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais espalhados pelo Brasil e
está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas regiões de Cariacica,
Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO,
todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e Santa Thereza na cidade de
Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em Cuiabá); Goiás (Instituto de
Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito Federal (Hospital Anchieta
e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2 mil leitos no país e 11 mil
colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de gestão inovador, parque
tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o compromisso de praticar
medicina de excelência em todas as localidades onde está presente.