A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) recebeu segunda-feira (23/10) missão econômica da República Democrática do Congo (RDC), coordenada pelo diretor-geral da Agência de Promoção de Investimentos do país africano, Anthony Nkinzo, e que segue no Brasil até sexta-feira (27/10). A comitiva, integrada por empresários e representantes de setores estratégicos, foi recepcionada, na Casa da Indústria, pelo vice-presidente da Fieg Emílio Bittar e conheceu detalhes da expertise goiana nas cadeias produtivas do agronegócio e da mineração. Durante o encontro, houve exposição dos presidentes do Conselho Temático da Agroindústria (CTA), Marduk Duarte, e da Câmara Setorial da Mineração (Casmin), Wilson Borges. Na área da educação, os visitantes conheceram o trabalho desenvolvido pelo Sesi e Senai, em apresentação feita pelo diretor de Educação e Tecnologia das instituições, Claudemir Bonatto. Na oportunidade, foi assinado Memorando de Entendimento entre a Fieg, o Sesi Goiás, o L’eup Colégio Samuel Levi e o Complexo Escolar Les Loupiots, instituições privadas de ensino primário e secundário da RDC.
"Nosso objetivo é estabelecer parcerias entre os setores privado e público, buscando a melhor sinergia para avançar. Hoje, a RDC é o 7º país a receber investimentos na África, sobretudo no setor de mineração. Nos últimos quatro anos, dobramos nosso PIB (Produto Interno Bruto) e temos muito o que crescer. Nosso presidente tem um plano de transformação econômica para colocar o país em evidência", afirmou Nkinzo, ao citar o agronegócio, a infraestrutura e as zonas francas industriais como os três eixos de atração de investimentos e as áreas de educação e saúde como prioritárias ao estabelecimento de parcerias.
O coordenador da missão econômica destacou o perfil jovem da população, onde 60% têm idade média de 17 anos, e a necessidade de se estruturar um sistema de ensino profissionalizante para formação de mão de obra. De acordo com o planejamento do governo da RDC, está prevista a criação de mais de 40 mil escolas técnicas e de centros de formação, além da reabilitação de mais de 20 mil unidades de educação. No âmbito da saúde, também há grande expectativa, tanto para ampliação e reestruturação do atual sistema quanto para governança do setor, inclusive com intercâmbio de expertise em medicamentos especiais e genéricos.
O diretor-geral das Zonas Econômicas Especiais da RDC, Auguy Bolanda, destacou as vantagens que o país africano oferece aos investidores, como incentivos aduaneiros e tributários, além de doação de áreas para implantação de indústrias, destacando o arcabouço legal construído para garantir segurança jurídica às empresas pelos próximos 20 anos. "Mesmo após esse período, ainda assim a tributação nessas áreas será subsidiada, chegando a 50%", completou.
O vice-presidente da Fieg Emílio Bittar salientou o trabalho desenvolvido pelo Sesi e Senai em Goiás, afirmou estar impressionado com o potencial de negócios da República Democrática do Congo e defendeu a realização de missão da Fieg ao país africano para conhecer de perto as oportunidades de investimentos. "Que possamos verdadeiramente plantar uma semente que traga bons negócios para ambos os países."
O Seminário de Oportunidades: República Democrática do Congo contou com presença dos presidentes de sindicatos das indústrias José Divino Arruda (Sinvest) e Edilson Borges (Sinroupas); do vice-presidente do CTComex, Everaldo Fiatkoski; e dos superintendentes Paulo Vargas (Sesi/Senai) e Lenner Rocha (Fieg). A comitiva da RDC contou com 32 integrantes, entre eles o embaixador da RDC no Brasil, Benoit-Labre Mibanga Ngala-Mulume Wa Badidike; o governador da Província do Ubangi do Sul, Jean Claude Mabenze Gbey Benz; o diretor-geral do Fundo de Promoção da Saúde, Marius Mika, e a diretora-administrativa do L’eup Colégio Samuel Levi e Complexo Escolar Les Loupiots, Jacqueline N'Sele M. Kalumbe.