Vírus que causa herpes zóster persiste em quase todos os adultos

 



Estima-se que, de cada três pessoas que já tiveram catapora, uma irá desenvolver herpes zóster; saiba como se proteger

 


Mais de 90% dos adultos são considerados imunes à catapora – nome popular da varicela – porque já tiveram a doença na infância. Se, por um lado, isso pode ser boa notícia, por outro traz uma preocupação: a possibilidade de ocorrência de herpes zóster. Essa enfermidade, que pode provocar dor intensa, acomete preferencialmente pessoas a partir de 50 anos e é causada pelo vírus varicela zóster, o mesmo da catapora.

“As pessoas se curam da catapora, mas o vírus não desaparece do organismo. Ele fica contido nos gânglios, estrutura nervosa que fica ao lado da medula espinhal", explica Dr. José David Urbaez Brito, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do país.

A estimativa é a de que, a cada três pessoas portadoras do vírus varicela zóster, uma irá desenvolver herpes zóster. No Brasil, no entanto, não há dados oficiais da incidência da doença, já que ela não está entre as de notificação compulsória.

Uma das características principais do herpes zóster é o surgimento de bolhas agrupadas, que percorrem uma extensão da pele, por isso é chamado popularmente de cobreiro. De acordo com Dr. David Urbaez, a doença surge, geralmente, como uma infecção viral que acomete uma raiz nervosa e segue pelo caminho desse nervo.

A dor intensa é outra reclamação comum dos pacientes com herpes zóster. Isso ocorre porque, segundo o infectologista, o vírus é transportado ao longo dos nervos periféricos e produz uma inflamação neles, gerando neurite aguda.

 

Prevenção

Se o vírus já está dentro de nós, como podemos evitar que ele se desenvolva? Respondendo à essa pergunta, a médica Dra. Maria Isabel de Moraes-Pinto, infectologista da Dasa, afirma que a forma mais eficaz de as pessoas se protegerem contra o herpes zóster é pela vacina.

“A partir dos 50 anos, com o envelhecimento do sistema imune, diminui a nossa capacidade de nos prevenirmos contra a doença. Quando tomamos a vacina, a gente está estimulando a resposta celular e relembrando o sistema imune de que ele tem condições de evitar a replicação do vírus”, explica Dra. Maria Isabel.

A vacina contra herpes zóster é recomendada para todas as pessoas com mais de 50 anos. A partir dessa idade, não é necessário pedido médico para tomar a vacina recombinante. A prescrição médica é necessária para pessoas entre 18 e 50 anos, porque, nessa faixa etária, não é rotina a utilização da vacina. “Nesse caso, a vacina é indicada para quem tem um risco aumentado de desenvolver a doença, como pessoas imunossuprimidas, e é necessário que o médico coloque, na prescrição, o motivo pelo qual ele está fazendo o pedido da vacina”, destaca a médica.

Atualmente, há dois tipos de vacinas contra herpes zóster. Uma delas, disponível já há alguns anos, é feita a partir de vírus vivos atenuados, por isso não pode ser dada a quem tem alguma condição de imunossupressão; sempre precisa de pedido médico; e tem eficácia de 51%. Essa vacina de vírus vivos atenuados será descontinuada em breve.

O outro tipo de vacina, lançado em meados de 2022, é recombinante com vírus inativados, pode ser tomada por imunossuprimidos e tem eficácia de 91%. “Considerando que nenhuma vacina é 100% eficaz, diminuir em 90% as chances de se ter a doença é bastante significativo”, avalia Dra. Maria Isabel.

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