Existem
inúmeras maneiras de aproveitar a capacidade pluviométrica, mas há cuidados que
precisam ser tomados
A primavera é um período marcado por
temperaturas altas e baixas em um curto espaço de tempo, tendo em um mesmo dia
uma grande variabilidade de amplitude térmica. Com isso, é natural que a
estação seja reconhecida como um dos períodos mais chuvosos do país. Saber
aproveitar esse momento para reutilizar a água é uma prática que vem ganhando
adeptos, principalmente nos edifícios e indústrias, com o objetivo de equalizar
os períodos de secas.
O coordenador do curso de Engenharia Civil da Anhanguera, Jads Victor Paiva dos Santos, explica que existem formas bem eficientes de aproveitar a água das chuvas, como é o caso da criação de reservatórios para a sua captação. “No Estado de Goiás, temos uma média pluviométrica anual 1.500 mm. Em uma residência de 70 m², que tenha uma precipitação mensal média em torno de 110 mm, pode captar até 7.700 litros de água no período de um mês, ou 92.400 litros durante todo o ano. Estima-se, então, o uso diário de cerca de 253 litros de água da chuva”, destaca o profissional.
A média pluviométrica é a quantidade de chuva de uma região, expressa em milímetros por metro quadrado, cada milímetro representa um litro de água que chove em uma área de 1m² e as médias frequentemente são tratadas por mês ou por ano.
“Em prédios e indústrias existem reservatórios que acumulam grandes quantidades de água, o que permite o uso da água da chuva em uma escala maior, desde que o fim seja não potável”, explica o professor.
Além de todos esses benefícios, utilizar a água das chuvas pode fazer com que os problemas como enchentes sejam minimizados. Como o escoamento superficial da água para as galerias pluviais será menor, consequentemente menos água será acumulada no sistema coletor. Veja algumas dicas do profissional para montar uma captação de água em casa ou sugerir para o condomínio:
1 – Faça uma checagem do telhado. Afinal de contas, essa área será a fonte principal para captar a água da chuva. Caso você note uma sujeira excessiva, providencie uma limpeza, lembrando-se das calhas;
2 – Evite coletar a água nos dez primeiros
minutos de chuva. É nesse momento que estão os maiores índices de
sujeira e que sobrecarregam os filtros das cisternas;
3 – Escolha a cisterna ideal para a sua casa.
Aquelas que podem ser instaladas sob o chão tem a vantagem de manter a água
acumulada em temperaturas mais baixas, já que elas não sofrem a incidência
de luz;
4 – Para escolher a cisterna adequada, cheque
primeiro a capacidade da caixa d´água. Assim,
você escolhe o produto que mais se adeque a sua realidade
e complemente o uso doméstico. Há modelos com capacidades que variam
entre 2.800 a 10.000 litros. Também existem opções para todos os
bolsos. As diferenças básicas são a capacidade de armazenamento,
os recursos de filtragem e a distribuição da água acumulada;
5 - A cisterna pode ser feita de
alvenaria, plástico modular e fibra de vidro. É importante verificar que
sejam materiais que não transmitam cheiros ou
odores e que preservem a qualidade da água.