Atividades nos setores de agropecuária e serviços contribuíram para o resultado positivo
O desempenho dos setores produtivos de Brasília cresceu, no geral, mais que a média do País. É o que revelam dados do Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF) referentes ao quarto trimestre e à média anual de 2014. Os números foram divulgados pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) nesta quinta-feira (9).
O Idecon indica que a atividade econômica no DF cresceu 1% no quarto trimestre de 2014, comparado ao mesmo período de 2013, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou retração de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional nos três últimos meses do ano passado.
O desempenho dos setores de agropecuária, que cresceu 2,7%, e de serviços, que registrou aumento de 1,2%, contribuiu para o resultado positivo da economia brasiliense no trimestre final de 2014. Esses índices compensaram a redução de 1,6% na atividade industrial.
Em termos de média anual, o índice de desempenho aponta crescimento local de 1,8% em 2014 comparado a 2013 — o PIB-Brasil nesse período aumentou 0,1%. Apesar de a indústria brasiliense ter recuado 1,5%, a agropecuária cresceu 11,5% e o setor de serviços, 2%. Esse último é especialmente influenciado pela atividade pública, que responde por mais da metade da economia do DF.
"O setor público foi o grande responsável pela estabilidade e pelo crescimento registrados pelo Idecon", ressalta o diretor interino de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Flávio Gonçalves, ao explicar que, apesar da porcentagem menor, o segmento de serviços tem peso mais significativo que o da agropecuária.
Serviços
O setor de serviços é responsável por 94% de toda a atividade econômica de Brasília. Os segmentos com resultados positivos nos três últimos meses de 2014 foram o de informação (telefonia móvel, acesso à internet e TV por assinatura), que cresceu 5,3%, e o de administração, saúde e educação públicas, com 1,4%.
O grupo intermediação financeira, seguros e previdência complementar apresentou redução de 4,1%, especialmente por conta da elevação da taxa de juros, que se refletiu no aumento do custo das linhas de financiamento. O comércio também sofreu queda de 4,2%. A redução do ritmo de crédito, os juros elevados, a alta da inflação e o atraso no pagamento dos servidores públicos distritais afetaram o consumo no fim de 2014.
O segmento outros serviços, que inclui atividades de alojamento, alimentação, imobiliárias, e aluguéis, entre outros, cresceu 4,7% nos últimos três meses do ano passado em Brasília.
Agropecuária
O crescimento de 11,5% da agropecuária em 2014 — setor que responde por 0,3% da economia do DF — é resultado da boa safra das principais culturas temporárias, como feijão, milho, soja, tomate, batata-inglesa, mandioca e laranja. A estabilidade climática e o uso de avanços tecnológicos na produção permitiram a extensão do período do cultivo e o aumento da produtividade.
Indústria
Embora tenha registrado queda de 1,6% no quarto trimestre de 2014, em comparação ao mesmo período de 2013, a indústria — referente a 5,7% do PIB local — registrou melhor performance do que a nacional. Segundo o IBGE, no ano passado houve decréscimo de 1,9% nessa atividade em todo o País. Os números desfavoráveis no cenário distrital podem ser explicados pela crise financeira enfrentada pelo governo no fim do ano passado e pela redução do volume de vendas no comércio.
Veja o relatório da Codeplan.